A comunidade da UFSCar se compõe de pessoas de diferentes origens, culturas, etnias, gêneros, orientações sexuais, religiões, idades, habilidades, representando toda a complexidade da experiência humana. Além disso, considerando servidoras e servidores, o tempo de estadia na Instituição é variado, ampliando ainda mais a diversidade de visões e experiências.
A garantia da presença e da participação efetiva dessa diversidade existente na UFSCar implica, por um lado, compreender coletivamente a UFSCar, e por outro, entender qual é sua função social neste momento histórico, em que não apenas a Universidade, mas a sociedade mudou.
Defendemos que a diversidade caminha lado a lado com a inclusão e com o pertencimento! Pertencer se relaciona ao sentimento de vinculação a algo maior que o indivíduo. Em nosso caso, é a comunidade universitária que gera pertencimentos, e estes, por sua vez, devem gerar engajamentos e responsabilidades. É o que queremos para a UFSCar: que todas as categorias se sintam não apenas pertencentes à Universidade, mas também parte relevante de sua construção e desenvolvimento. Para esse desafio, apresentamos as seguintes propostas.
Diversidade de servidores: ao promover a diversidade no quadro de servidoras e servidores, a Universidade não só reflete a riqueza da sociedade, mas também cria um ambiente mais inovador e inclusivo. Para isso, é preciso:
● promover aprimoramento contínuo no processo de ingresso de docentes e técnicos-administrativos (TAs) não apenas para garantia da lei de reserva de vagas, mas para ampliar a representatividade no corpo de servidores e servidoras da UFSCar;
● criar programas de acolhimento e desenvolvimento profissional que favoreçam a permanência de um corpo docente e de TAs diverso;
● promover cultura de respeito e inclusão, em que todas as pessoas se sintam valorizadas e apoiadas;
● oferecer formação continuada sobre diversidade, inclusão e equidade;
● promover estratégias de formação a docentes para que atuem em suas aulas de graduação e pós-graduação para fortalecer o sentimento de pertencimento e promover a permanência dos estudantes, especialmente indígenas, quilombolas, internacionais e todos os ingressantes de políticas afirmativas;
● apoiar o desenvolvimento de competências multiculturais na comunidade acadêmica.
Diversidade discente: A garantia da diversidade estudantil na UFSCar se relaciona diretamente com a permanência. A UFSCar já avançou em questões cruciais de permanência de modo muito arrojado e inovador nos últimos 15 anos, antes mesmo que isso fosse pautado em termos nacionais de modo efetivo. Ainda há muito a fazer, entretanto, para garantir que esses avanços estejam representados em políticas universitárias que possam percolar por todos os setores da Universidade. Precisamos, nesse sentido, de:
● monitorar e analisar continuamente os dados de ingresso e permanência para entender melhor as necessidades dos diferentes grupos de estudantes;
● realizar avaliações periódicas das políticas de inclusão para ajustar e aprimorar as estratégias;
● promover reserva de vagas para o ingresso de pessoas trans;
● fortalecer os cursinhos pré-vestibulares populares especialmente voltados para estudantes de escolas públicas;
● aprofundar a política de ações afirmativas em todos os programas de pós-graduação da UFSCar, para o efetivo cumprimento da Resolução CoPG nº 13;
● implementar o acompanhamento e apoio institucional das políticas de ações afirmativas nos programas de pós-graduação;
● fomentar e buscar condições institucionais para o oferecimento de cursos e programas que abordem e celebrem a diversidade, incluindo estudos de gênero, estudos étnicos, estudos de orientação sexual e programas internacionais.
Ensino-pesquisa-extensão: devem sempre levar em conta as diversidades constitutivas da comunidade universitária e, concomitantemente, promover a integração entre pessoas, áreas de conhecimento, campos profissionais e categorias da comunidade universitária. Na relação entre a indissociabilidade e diversidade, propomos:
● fortalecer o PIBIC/AF Indígenas, promovendo maior participação de discentes em pesquisas e com bolsa;
● buscar meios para a expansão do programa Pluralizar;
● propor políticas de distribuição de bolsas para ingressantes da reserva de vagas das ações afirmativas na pós-graduação;
● propor editais de pesquisa e extensão que valorizem a promoção de cuidado em saúde e a mitigação da discriminação de gênero, raça, etnia, orientação sexual e demais questões interseccionais;
● promover a inclusão de conteúdos que abordem diversidade nos cursos de graduação e nos programas de pós-graduação;
● promover a articulação da Arte e da Cultura como linguagens, práticas e manifestações que valorizem as pessoas e coletivos, suas histórias e trajetórias, em sua diversidade e pluralidade, que contribuam para a construção de uma universidade antirracista, antimachista, antiLGBTQIA+fóbica, anticapacitista, entre outros, na defesa democrática, dialógica e dos direitos sociais e humanos.







